Durante a histórica cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCX) realizada em Tianjin, no norte da China, o presidente Xi Jinping exortou os membros a avançarem com determinação em direção a um futuro promissor. Nesta reunião inédita, Xi Jinping destacou a importância de manter vivo o espírito de Xangai em um cenário global repleto de desafios e transformações, conforme noticiado pela agência Xinhua.
Fundada em junho de 2001, a OCX evoluiu de seus seis membros iniciais para a maior organização regional do mundo, abrangendo mais de 50 áreas de cooperação e um produto econômico conjunto de quase 30 trilhões de dólares. Xi enalteceu os "avanços históricos e inovadores" alcançados pela organização, que foi pioneira na criação de um mecanismo de confiança militar em áreas de fronteira e na cooperação da Belt and Road Initiative. Ele lembrou que "fomos os primeiros a concluir um tratado de boa vizinhança, amizade e cooperação a longo prazo", sinalizando o compromisso de construir amizades duradouras e evitar hostilidades.
O presidente chinês enfatizou a necessidade de ações mais pragmáticas para a continuidade do desenvolvimento sustentável da OCX. Ele pediu que os estados-membros busquem consenso, promovam benefícios mútuos e resultados vantajosos para todos, fomentem a abertura e a inclusão, e defendam a justiça e a equidade. "Os estados-membros da OCX são todos amigos e parceiros", destacou Xi, incentivando o respeito às diferenças, o fortalecimento da comunicação estratégica e a ampliação da solidariedade e colaboração.
Xi também sugeriu o aproveitamento das vastas capacidades de mercado e complementaridades econômicas dos membros, além de melhorias na facilitação do comércio e investimento. Ele propôs um reforço na cooperação em energia, infraestrutura, indústria verde, economia digital, inovação científica e tecnológica, e inteligência artificial, sugerindo ainda a criação de um banco de desenvolvimento da OCX.
Entre os anúncios feitos por Xi, destaca-se a concessão de 2 bilhões de yuans em doações aos estados-membros da OCX ainda este ano, e a emissão de 10 bilhões de yuans em empréstimos nos próximos três anos. Além disso, a China planeja implementar 100 projetos de "pequena e bela" escala em países necessitados, criar 10 Oficinas Luban e oferecer 10.000 oportunidades de treinamento em recursos humanos nos próximos cinco anos.
A reunião resultou na assinatura de documentos fundamentais, entre eles a Declaração de Tianjin e uma estratégia de desenvolvimento para 2026-2035, delineando o futuro da organização. Foi ratificada a inclusão do Laos como parceiro de diálogo, e o Quirguistão assumirá a presidência rotativa da OCX em 2025-2026. Além disso, foram inaugurados quatro novos centros da OCX para enfrentar ameaças à segurança, crimes organizados transnacionais, melhorar a segurança da informação e reforçar a cooperação antidrogas.
Os líderes dos estados-membros da OCX e outras autoridades presentes enfatizaram a necessidade de coordenação estratégica diante de um mundo turbulento, rejeitando o unilateralismo, a hegemonia e o protecionismo, e promovendo um sistema de governança global mais justo e equitativo.