O rei Abdullah II da Jordânia (centro) encontra-se com o presidente palestino, Mahmoud Abbas (segundo à esquerda), em Amã, Jordânia, em 10 de setembro de 2025. Durante seu encontro com Abbas na quarta-feira, o rei Abdullah II condenou o ataque israelense em Doha, rejeitou os planos israelenses de expandir o controle sobre Gaza e a atividade de assentamentos na Cisjordânia, enfatizou a necessidade de um cessar-fogo em Gaza e de acesso humanitário irrestrito, e de implementar a solução de dois Estados, de acordo com uma declaração da Corte Real. (Corte Real Hachemita/Divulgação via Xinhua)
Cairo, 10 set (Xinhua) -- Países da região reafirmaram na quarta-feira sua condenação ao ataque israelense em Doha e expressaram seu apoio e solidariedade ao Catar, enquanto autoridades israelenses prometeram continuar lutando contra os líderes do Hamas "em todos os lugares" e mirando os países que não agirem contra eles.
Na terça-feira, Israel lançou um ataque aéreo sem precedentes na capital do Catar, Doha, visando um prédio usado por altos funcionários do Hamas, no que as autoridades israelenses descreveram como uma tentativa de assassinar líderes do grupo que eram "diretamente responsáveis" pelo ataque de 7 de outubro de 2023, que deixou cerca de 1.200 mortos.
O Hamas disse posteriormente que o ataque ocorreu enquanto sua delegação discutia uma nova proposta de cessar-fogo apresentada por Washington. Segundo o grupo, a equipe de negociação sobreviveu, mas outras seis pessoas foram mortas.
Na noite de terça-feira, o Catar afirmou que adotará uma abordagem "ampla" para responder ao ataque israelense e dissuadir futuros ataques, observando que o país não irá tolerar nenhuma violação de sua soberania.
No entanto, o Catar confirmou que a mediação para um cessar-fogo e a troca de prisioneiros em Gaza continuarão.
Na quarta-feira, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, disse que o ataque em Doha fazia parte de uma operação denominada "Cúpula do Fogo", que visava matar a alta liderança do Hamas.
"A política de segurança de Israel é clara: o braço longo de Israel agirá contra seus inimigos em todos os lugares. Não há lugar para eles se esconderem", disse ele, acrescentando que Israel continuará perseguindo todos os membros do Hamas envolvidos no ataque de outubro de 2023.
Enquanto isso, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, alertou que os países que hospedam líderes do Hamas ou outros grupos considerados inimigos por Israel podem se tornar alvos caso não ajam contra eles.
Em meio aos últimos acontecimentos, o xeque Abdullah bin Zayed Al Nahyan, vice-primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos (EAU), disse em reunião com o ministro das Relações Exteriores egípcio, Badr Abdelatty, em Abu Dhabi, que os Emirados Árabes Unidos apoiam todas as medidas que o Catar venha a tomar para proteger sua segurança.
O respeito à soberania nacional é um pilar fundamental das relações internacionais, e qualquer violação constitui uma flagrante violação do direito internacional e da Carta da ONU, disse ele em um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores dos EAU, que pediu ações globais para conter as "agressões israelenses".
Em um telefonema na quarta-feira entre o presidente egípcio, Abdel-Fattah al-Sisi, e o emir do Kuwait, xeque Meshal Al-Ahmad Al-Jaber Al-Sabah, os dois líderes expressaram "total solidariedade" ao Catar e classificaram o ataque israelense como uma invasão inaceitável da soberania do país.
Eles "expressaram sua condenação categórica ao ataque, considerando-o uma violação flagrante do direito internacional e da Carta da ONU", disse a presidência egípcia em um comunicado.
Os dois lados também reiteraram seu "apoio absoluto" aos esforços do Catar para proteger sua segurança e estabilidade, particularmente à luz de seus esforços de mediação conjunta com o Egito para garantir um cessar-fogo em Gaza e pôr fim à "catástrofe tragédia humanitária causada pela guerra israelense".
Durante seu encontro com o presidente palestino Mahmoud Abbas em Amã na quarta-feira, o rei Abdullah II da Jordânia condenou o ataque israelense em Doha, rejeitou os planos israelenses de expandir o controle sobre Gaza e a atividade de assentamentos na Cisjordânia, enfatizou a necessidade de um cessar-fogo em Gaza e de acesso humanitário irrestrito, e de implementar a solução de dois Estados, de acordo com um comunicado da Corte Real.
O ministro das Relações Exteriores iraniano, Seyed Abbas Araghchi, em conversa telefônica na quarta-feira com seu homólogo catariano, Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al Thani, condenou a "agressão terrorista" de Israel contra o Catar e expressou a solidariedade e o apoio do Irã ao Catar.
Dado o "genocídio em curso em Gaza, as frequentes agressões e ações terroristas contra o Líbano, a Síria e o Iêmen, os ataques criminosos contra o Irã e agora a agressão militar contra o Catar", Israel se tornou uma "ameaça real e imediata" à paz e à segurança regional e global, disse Araghchi.
Condenando o "ataque traiçoeiro e cruel" em Doha, o Ministério das Relações Exteriores da Tunísia, em um comunicado na quarta-feira, expressou total solidariedade e apoio ao Catar e seus esforços para defender sua soberania, integridade territorial e segurança.
É importante materializar uma visão comum para a segurança árabe como uma escolha estratégica inevitável para enfrentar todas as ameaças representadas por Israel à paz, segurança e estabilidade regionais e globais, disse.
A agência de notícias oficial da Argélia, APS, informou na quarta-feira que a Argélia solicitou, juntamente com o Catar, a realização de uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU sobre a "agressão israelense" ao Catar.
A Argélia acredita que a expansão dos ataques de Israel, incluindo contra negociadores do Hamas nas negociações de cessar-fogo no Catar, demonstra que o país desrespeita as normas internacionais e não deseja a paz, informou a APS, acrescentando que a Argélia pede ações globais para dissuadir Israel, pôr fim aos seus "crimes" contra palestinos e evitar uma nova escalada regional.

O rei Abdullah II da Jordânia (direita) cumprimenta o presidente palestino Mahmoud Abbas, em visita a Amã, Jordânia, em 10 de setembro de 2025. Durante seu encontro com Abbas na quarta-feira, o rei Abdullah II condenou o ataque israelense em Doha, rejeitou os planos israelenses de expandir o controle sobre Gaza e a atividade de assentamentos na Cisjordânia, enfatizou a necessidade de um cessar-fogo em Gaza e de acesso humanitário irrestrito, e de implementar a solução de dois Estados, de acordo com uma declaração da Corte Real. (Corte Real Hachemita/Divulgação via Xinhua)


