Zakria Sadeq Moradi (direita), fundador da Fábrica de Vestuário Max, conversa com um trabalhador na fábrica em Cabul, Afeganistão, em 4 de dezembro de 2025. (Foto por Saifurahman Safi/Xinhua)
Cabul, 7 dez (Xinhua) -- Em um lugar tranquilo de Cabul, onde muitas pessoas acordam diariamente sob o peso sufocante do desemprego, o zumbido constante da maior fábrica de vestuário do Afeganistão forma uma rara sinfonia de esperança, com suas agulhas incansáveis tecendo não apenas tecido, mas dignidade, sustento e os frágeis sonhos de famílias que lutam para sobreviver.
No centro desse farol está Zakria Sadeq Moradi, fundador da Fábrica de Vestuário Max, cuja visão transcende a mera produção.
"A principal motivação e ideia central por trás dessa iniciativa é criar oportunidades de emprego para jovens afegãos, elevando a qualidade das roupas produzidas internamente e expandindo oportunidades de trabalho significativas para mulheres em todo o país", disse Moradi à Xinhua.
Aqui, mais de 2.000 homens e mulheres trabalham em turnos longos, mantendo fábrica ativa. Entre eles, 120 mulheres desafiam as barreiras tradicionais, transformando fios importados em símbolos de empoderamento.
Todas as máquinas de última geração e matérias-primas da fábrica vêm da China, uma parceria que Moradi elogia muito. "Estamos totalmente satisfeitos com a qualidade dos materiais", disse ele. "Nossos fornecedores oferecem os melhores produtos aos preços mais baixos, não apenas para nós, mas também para clientes em todo o mundo, um fator que contribuiu significativamente para o notável progresso da China".
Remessas diárias chegam dos movimentados polos têxteis da China, em províncias como Fujian e Zhejiang, incentivando uma operação que emula com orgulho a eficiência chinesa.
"Em nosso negócio, nos inspiramos bastante em empresas chinesas e seguimos seus métodos e práticas", explica Moradi, destacando como essa colaboração transfronteiriça está revitalizando a iniciante indústria têxtil do Afeganistão.
Para muitos, a fábrica é uma esperança em meio ao sombrio desespero. É o caso de Ramin Hasili, único provedor de uma família de sete pessoas, que aguentou meses intermináveis de desemprego antes de encontrar consolo em meio aos teares em plena atividade.
"Trabalho no departamento de costura e produção, ganhando um salário mensal entre 30.000 e 40.000 afeganes (450 a 600 dólares americanos). Estou muito feliz que nosso país esteja fabricando produtos com tanta qualidade", disse Hasili à Xinhua.
Seu orgulho se estende à origem dos materiais: "As melhores peças produzidas são feitas com tecidos e materiais importados de nosso amigável país vizinho (China). É um enorme orgulho ter essa nação como nossa vizinha".
No entanto, o impacto da fábrica vai além, alcançando os mais vulneráveis. Além de sua força de trabalho principal, ela oferece programas de treinamento profissional, com oficinas de costura gratuitas para dezenas de crianças carentes.
Esses jovens, muitas vezes de famílias devastadas pela pobreza, transformam suas curiosidades de infância em carreiras para a vida toda após serem contratadas como aprendizes.
Em um país onde o desemprego juvenil chega a quase um em cada quatro jovens, segundo um relatório recente do Banco Mundial, iniciativas como essa são revolucionárias.
Ali Sajjad Lalai, 24 anos, que passou o último ano na linha de produção, personifica essa revolução silenciosa. Satisfeito e otimista, ele sonha com um efeito multiplicador: "Ofereço minha mais profunda gratidão ao dono da fábrica por criar este espaço. Os jovens agora têm um lugar para aprender habilidades valiosas, construir carreiras sólidas e ganhar um salário digno que sustente suas famílias".
Ele incentiva mais investidores a seguirem o exemplo, semeando oportunidades em uma terra sedenta por crescimento.
Enquanto o Afeganistão luta contra a pobreza e o isolamento econômico, o governo apoia ativamente empreendimentos como esse, convidando investimentos nacionais e estrangeiros para incentivar empregos e autossuficiência.
Na Fábrica de Vestuário Max, as pessoas veem não apenas tecidos sendo cortados e costurados, mas o próprio tecido de uma sociedade resiliente sendo reconstruído, um ponto, uma história, um futuro promissor de cada vez.

Pessoas trabalham na Fábrica de Vestuário Max em Cabul, Afeganistão, em 4 de dezembro de 2025. (Foto por Saifurahman Safi/Xinhua)

Pessoas trabalham na Fábrica de Vestuário Max em Cabul, Afeganistão, em 4 de dezembro de 2025. (Foto por Saifurahman Safi/Xinhua)


