Rio de Janeiro, 21 out (Xinhua) -- O ministro das Cidades, Jader Filho, afirmou nesta terça-feira que a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em novembro na cidade amazônica de Belém, será uma oportunidade para mostrar ao mundo que a região amazônica não é apenas um bioma natural, mas também um território habitado por milhões de pessoas que precisam de infraestrutura, saneamento e qualidade de vida.
"Acho muito importante a iniciativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de realizar a COP30 na Amazônia. Temos que mostrar ao mundo que as pessoas vivem em cidades amazônicas, e a maioria da população da região vive em áreas urbanas", disse o ministro em entrevista ao programa governamental "Bom Dia, Ministro".
De acordo com Jader Filho, a COP30 deve reforçar a necessidade de proteger tanto o meio ambiente quanto as cidades amazônicas, com investimentos em saneamento, mobilidade, educação e geração de empregos. "A COP não é só sobre meio ambiente, mas sobre clima. Precisamos falar sobre descarbonização do transporte público, tratamento de esgoto e como preparar as cidades para enfrentar eventos climáticos extremos, como vimos no Rio Grande do Sul", afirmou.
O ministro destacou que o governo brasileiro está promovendo uma série de programas com foco em sustentabilidade urbana, inclusão social e melhorias na infraestrutura. Entre eles, citou o programa CEP para Todos, resultado de uma parceria entre o Ministério das Cidades, os Correios e a Secretaria Nacional de Periferias.
A iniciativa garante que todas as favelas do país tenham endereços e CEPs reconhecidos, facilitando o acesso a serviços básicos e a integração dos cidadãos. "Pode parecer impensável, mas ainda havia famílias que não tinham CEP para receber uma encomenda, fazer uma compra online ou matricular seus filhos na escola mais próxima. Hoje, todas as favelas do Brasil têm CEPs. Este é um passo importante para trazer dignidade e direitos às famílias", afirmou.
Segundo Jader Filho, o programa corrige desigualdades históricas e fortalece o compromisso do governo com a inclusão social. "São ações que resgatam compromissos com a sociedade brasileira e devolvem a dignidade ao nosso povo", destacou.
Em relação aos investimentos em infraestrutura, o ministro enfatizou que o saneamento básico continua sendo uma das prioridades do governo brasileiro. Por meio do programa federal Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), coordenado pelo Ministério das Cidades, mais de 60 bilhões de reais (aproximadamente US$ 10,9 bilhões) serão destinados a projetos de tratamento de esgoto, abastecimento de água potável e mobilidade urbana.
"Precisamos investir cada vez mais em tratamento de esgoto e abastecimento de água. Selecionamos os projetos do Novo PAC justamente para garantir projetos que levem água de qualidade, infraestrutura e mobilidade às cidades brasileiras", explicou.
O titular das Cidades enfatizou que a discussão sobre o financiamento do transporte público deve envolver o governo federal, os estados e os municípios, para que se construam soluções sustentáveis que atendam às necessidades dos trabalhadores. "É um debate que deve ser feito caso a caso, mas o ponto central é garantir acesso, qualidade e preços justos", concluiu.