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Como o Reino Unido pode construir laços estáveis ​​e mutuamente benéficos com a China?

14 de dezembro de 20254 min de leitura
Como o Reino Unido pode construir laços estáveis ​​e mutuamente benéficos com a China?

Foto tirada em 28 de janeiro de 2024 mostra vista da London Eye e do Rio Tâmisa em Londres, Reino Unido. (Xinhua/Li Ying)

Se Londres realmente considera o engajamento com a China uma responsabilidade, o caminho a seguir está na consistência: tratar a China como uma parceira na busca de desafios comuns. Em áreas que vão do comércio e do intercâmbio cultural à governança climática, saúde global e inteligência artificial, o Reino Unido ganha pouco mantendo a China longe e ganha muito mais se a tratar como parceira essencial.

Londres, 12 dez (Xinhua) -- O recente anúncio do governo britânico de sanções ilegais contra empresas chinesas, baseadas em alegações infundadas, gerou dúvidas sobre as relações bilaterais.

Em uma altura em que os desafios globais exigem uma cooperação constante entre as principais potências, a abordagem do Reino Unido em relação à China continua mostrando uma mistura contraditória de cautela e cooperação, cada vez mais comum em partes do Ocidente.

Embora essa ambivalência não seja exclusiva de Londres, evidencia um dilema mais amplo que muitas capitais europeias enfrentam: mesmo que a cooperação com a China esteja claramente alinhada com seus próprios interesses, e com as necessidades de um mundo turbulento, continuam limitadas por pressões políticas internas e preconceitos enraizados que moldam as suas políticas em relação à China.

Para o governo britânico, o reconhecimento da necessidade de cooperação com a China fica mais explícito. Em declarações recentes sobre política externa, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, classificou o afastamento da China como uma negligência do dever" e descreveu a China como uma força determinante na tecnologia, no comércio e na governança global".

Essas declarações refletem uma visão pragmática compartilhada por muitos no Ocidente, que considera a China um parceiro indispensável em áreas que vão desde a estabilidade das cadeias de abastecimento à transformação verde.

Infelizmente, esse reconhecimento coexiste frequentemente com uma narrativa mais negativa. Mesmo com Londres mostrando interesse em fortalecer a cooperação prática, elementos de seu discurso sobre a China ainda são influenciados por suspeitas infundadas e desconfiança habitual, que persistem apesar da falta de justificativas substanciais.

A realidade, porém, é muito mais concreta. A Europa não pode se desvincular da China, e o Reino Unido pós-Brexit sente isso ainda mais intensamente. O próprio Starmer citou os fatos: a cooperação com a China sustentou centenas de milhares de empregos britânicos. Ministros britânicos de alto escalão visitaram Beijing este ano, garantindo acesso a mercados no valor de bilhões de libras. Setores-chave britânicos, como finanças, produtos farmacêuticos, indústrias criativas e bens de luxo, se beneficiam da vasta demanda chinesa.

Esses fatos deixam pouco espaço para contorcionismos retóricos. Se a China é indispensável, é ilógico retratá-la simultaneamente como um perigo existencial. Essa postura contraditória reduz a credibilidade e desvia a atenção da verdadeira tarefa: construir um relacionamento estável e previsível com um parceiro que a Europa não pode se dar ao luxo de administrar mal.

Por sua vez, a China tem reiteradamente enfatizado sua disposição de trabalhar com o Reino Unido com base no respeito e benefício mútuos. Com seu foco de longo prazo em desenvolvimento, inovação e transição verde, a China está bem posicionada para contribuir positivamente para o crescimento e a estabilidade econômica global. Uma relação saudável entre a China e a Europa, da qual os laços entre a China e o Reino Unido são parte importante, beneficia ambos os lados e apoia um ambiente internacional mais equilibrado.

Se Londres realmente considera o engajamento com a China uma responsabilidade, o caminho a seguir está na consistência: tratar a China como uma parceira na busca de desafios comuns. Em áreas que vão do comércio e do intercâmbio cultural à governança climática, saúde global e inteligência artificial, o Reino Unido ganha pouco mantendo a China longe e ganha muito mais se a tratar como parceira essencial.

Isso não só beneficiaria as relações bilaterais, como também contribuiria para a relação mais ampla entre a China e a Europa, que é cada vez mais essencial para a estabilidade e o progresso globais.