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Brasil condena ameaças militares dos EUA e defende sua soberania democrática

11 de setembro de 20252 min de leitura

Rio de Janeiro, 10 set (Xinhua) -- O governo brasileiro, por meio de sua chancelaria, emitiu uma nota nesta terça-feira condenando as recentes ameaças do governo norte-americano, que insinuou a possibilidade de uso de meios militares no país sul-americano no contexto do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros acusados de participação em um plano golpista.

"O governo brasileiro repudia a tentativa de forças antidemocráticas de instrumentalizar governos estrangeiros para coagir as instituições nacionais", diz a nota do governo federal publicada na noite desta terça-feira.

A reação do Itamaraty veio após uma resposta da secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, ao jornalista Michael Shellenberger, que questionou a posição do governo com relação ao julgamento de Bolsonaro e outras supostas restrições à liberdade de expressão na Europa.

"Posso te dizer que esta é uma prioridade para nossa administração e que o presidente não está com medo de usar o poderio econômico e militar dos EUA para proteger a liberdade de expressão no mundo", declarou Leavitt, apesar de afirmar que não tem novas medidas sobre o assunto para anunciar no momento.

Em resposta direta a Leavitt, mas sem citá-la nominalmente, a chancelaria brasileira afirmou que "o primeiro passo para proteger a liberdade de expressão é justamente defender a democracia e respeitar a vontade popular expressa nas urnas. É esse o dever dos três Poderes da República, que não se intimidarão por qualquer forma de atentado à nossa soberania".

O texto conclui repudiando "a tentativa de forças antidemocráticas de usar governos estrangeiros para coagir instituições nacionais", em referência direta às declarações de Washington.

As relações entre Brasil e Estados Unidos vivenciam tensões desde que o governo Trump impôs medidas comerciais contra produtos brasileiros e questionou decisões judiciais relacionadas ao ex-presidente Bolsonaro.

Até agora, o lado dos EUA impôs sanções econômicas ao Brasil e aplicou a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, além de ter suspendido o visto dele e de outros ministros do STF.

Hora antes, a embaixada dos EUA no Brasil emitiu novas ameaças contra Moraes em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros acusados de participar de um plano de golpe em 2022.