Guiyang, 17 nov (Xinhua) -- Ao chegar ao rio Chishui na vila de Maotai, Província de Guizhou, no sudoeste da China, berço da fabricante líder chinesa de bebidas alcoólicas, Kweichow Moutai, Angelica Lotto Cirineu, uma empresária brasileira de bebidas, descobriu ressonâncias compartilhadas entre Brasil e China.
Num fórum internacional de bebidas alcoólicas realizado recentemente em Guizhou, produtores chineses e brasileiros apresentaram os perfis únicos de seus produtos, revelando conexões culturais e emocionais cada vez mais profundas.
Angelica, sócia da destilaria brasileira, Brisa da Serra, observou que embora a cachaça brasileira tenha cerca de 500 anos de história comercial, menos que os milênios do Baijiu chinês, também carrega o profundo peso histórico no Brasil. A produtora destacou paralelos fascinantes com a Moutai: "Assim como Moutai tem seu rio Chishui, nós temos nosso 'rio materno', com propriedades medicinais. Ambas as culturas de bebidas alcoólicas são nutridas por águas sagradas".
Para Valeria Cristina Natal, CEO da destilaria Stock do Brasil, a viagem à China representa uma volta promissora. Após a interrupção das exportações à China durante a pandemia, ela começa a buscar novos parceiros chineses, impulsionada pelo dinamismo das relações sino-brasileiras. "Além da parceria do BRICS, a China é um dos principais parceiros comerciais do Brasil. Exportamos muito para a China e também compramos muito da China", afirmou.
Valeria observou que novos produtos, como licor de cana-de-açúcar, estão ganhando popularidade entre jovens brasileiros e que a geração Z tem maior foco em saúde, o que está impulsionando a ascensão global de bebidas com baixo teor alcoólico, sem álcool e com infusão de sabores, acrescentou.
Os empresários brasileiros demonstraram particular interesse na indústria chinesa de embalagens, buscando contatos diretos com produtores locais de garrafas de vidro de alta qualidade. Valeria destacou ainda a política de isenção de vistos para cidadãos brasileiros como um facilitador crucial para os intercâmbios comerciais e culturais bilaterais.
Segundo dados da Administração Geral das Alfândegas da China, nos primeiros dez meses de 2025, o volume comercial bilateral atingiu 1,1 trilhão de yuans (US$ 155 bilhões). As exportações chinesas para o Brasil totalizaram 423,26 bilhões de yuans, enquanto as importações do país sul-americano somaram 680,61 bilhões de yuans.

