Manifestantes se reúnem em frente à embaixada israelense em Atenas, Grécia, em 2 de outubro de 2025. (Xinhua/Marios Lolos)
Roma, 2 out (Xinhua) -- A interceptação israelense de uma flotilha internacional que transportava ajuda humanitária para Gaza gerou condenação em toda a Europa, com governos pedindo a Israel que garanta a segurança dos cidadãos a bordo das embarcações com destino a Gaza.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel disse, em comunicado na quinta-feira, que a Marinha israelense concluiu a tomada de controle da Flotilha Global Sumud (GSF, na sigla em inglês), com destino a Gaza.
A GSF, composta por cerca de 50 embarcações com mais de 500 voluntários de mais de 40 países, visa desafiar o bloqueio naval israelense e entregar alimentos e ajuda médica aos palestinos.
Todos os navios de ajuda foram detidos no Mar Mediterrâneo, exceto um que "permanece distante" de Gaza, informou a organização.
Parlamentares gregos condenaram veementemente na quinta-feira a interceptação da flotilha, pedindo ao governo que garanta a segurança dos cidadãos gregos a bordo, incluindo um membro do parlamento em exercício.
Representantes do PASOK, SYRIZA, Partido Comunista da Grécia (KKE), Nova Esquerda e Movimento pela Liberdade criticaram o incidente e exigiram explicações de Israel, de acordo com a emissora nacional ERT.
Pavlos Christidis, do PASOK-KINAL, disse que a apreensão de navios em águas internacionais "levanta sérias questões de legalidade e direitos humanos", enfatizando que o direito internacional deve ser aplicado "sem exceções".
Nikos Karathanasopoulos, do KKE, denunciou o ataque como um "ataque pirata", acusando Israel e a União Europeia de não protegerem a missão. O porta-voz do SYRIZA, Christos Giannoulis, destacou a participação do deputado grego Peti Perka na flotilha, chamando a interceptação de "desastre humanitário" e pedindo que Atenas abandone "uma política de distâncias iguais".
O ministro das Relações Exteriores grego, George Gerapetritis, disse que a Grécia, em cooperação com outros países, "fará o possível para garantir a segurança total desses cidadãos".
O ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, expressou sua condenação "da maneira mais veemente", visto que também havia cidadãos italianos a bordo.
Algumas das maiores manifestações ocorreram na Itália. Na noite de quarta-feira, milhares de pessoas se reuniram em Roma, Milão, Nápoles e outras cidades após a captura da flotilha, ocupando estações de trem e fazendo protestos em universidades. Sindicatos convocaram uma greve geral, declarando o ataque a navios civis "um atentado à solidariedade humanitária".
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, confirmou a detenção de cerca de 40 italianos, dizendo que as ações de Israel foram "muito além" da legítima defesa.
As autoridades portuguesas confirmaram a detenção de três cidadãos, incluindo um parlamentar. Figuras políticas portuguesas expressaram fortes reações à detenção dos três cidadãos por Israel na quinta-feira, pedindo seu retorno em segurança e criticando duramente as ações israelenses. A líder do Bloco de Esquerda, Marisa Matias, classificou a detenção como "ilegal".
O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, prometeu fornecer "total apoio consular" por meio da embaixada em Tel Aviv para garantir seus direitos e retorno em segurança.
Na Alemanha, autoridades disseram estar em contato com Israel para garantir a segurança dos passageiros. Milhares de pessoas se reuniram em Berlim no sábado.
A França também expressou preocupação, pedindo que Israel garanta a segurança de seus cidadãos, o direito à proteção consular e permita o rápido retorno deles.
A Holanda relatou a detenção de seis cidadãos. O Ministério das Relações Exteriores holandês pediu proteção enquanto os manifestantes se reuniam em Haia.
O Ministério das Relações Exteriores britânico confirmou contato com familiares de cidadãos a bordo e afirmou esperar que Israel resolva a questão com segurança.
Na noite de quarta-feira, a flotilha denunciou a "agressão ativa" dos militares israelenses no Telegram, observando que o navio Florida foi "deliberadamente atingido no mar", enquanto o Yulara, o Meteque e outros foram atingidos por canhões de água.
Embora todos os tripulantes tenham saído ilesos, "os ataques ilegais contra embarcações humanitárias desarmadas constituem um crime de guerra", disse.
A última rodada do conflito israelo-palestino se arrasta há quase dois anos, tirando mais de 65.000 vidas em Gaza, quase metade delas mulheres e crianças, e deixando 2 milhões de pessoas em uma catástrofe humanitária.

Manifestantes se reúnem em frente à embaixada israelense em Atenas, Grécia, em 2 de outubro de 2025. (Xinhua/Marios Lolos)

Manifestantes se reúnem na Piazza del Duomo, em Milão, Itália, em 1º de outubro de 2025. (Str/Xinhua)

Manifestantes se reúnem na Estação Ferroviária de Cadorna, em Milão, Itália, em 1º de outubro de 2025. (Str/Xinhua)

Manifestantes se reúnem em frente à Catedral de Milão, em Milão, Itália, em 1º de outubro de 2025. (Str/Xinhua)

Manifestantes se reúnem na Estação Ferroviária de Cadorna, em Milão, Itália, em 1º de outubro de 2025. (Str/Xinhua)


