Belém, 11 nov (Xinhua) -- Representantes de empresas de tecnologia chinesas apresentaram nesta terça-feira, na COP30, experiências inovadoras no uso da digitalização para gerar impacto real e impulsionar a transição para um futuro de baixo carbono.
A sessão "Caminhos da China: Inovação para Impacto em Todos os Setores", realizada no espaço da ONU no Centro de Convenções Hangar, em Belém do Pará, foi dedicada a destacar o papel da inovação tecnológica chinesa na transição climática e digital.
Nitin Arora, do Centro Global de Inovação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC) afirmou que o compartilhamento de conhecimento entre setores e países "é essencial para acelerar a transição verde".
Durante a sessão, Zhai Yongping, consultor sênior da Tencent, empresa chinesa de tecnologia responsável pelo aplicativo de mensagens WeChat, apresentou a iniciativa da empresa para conectar cidades, empresas e financiadores a fim de facilitar a implementação de projetos de baixo carbono.
"Estamos fornecendo um mecanismo para conectar todos os clientes, começando pelo lado do consumidor, o lado do usuário e o que o usuário gostaria de ver - ou seja, cidades, câmaras de comércio e diferentes setores - que buscam soluções de baixo carbono em seu setor", explicou.
Renan Antoniolli, chefe de Indústria Inteligente e Serviços da Tuya Smart na América Latina, destacou o potencial da Internet das Coisas (IoT) para a sustentabilidade.
"Nossa plataforma é aberta e escalável; ela pode conectar milhões de dispositivos para melhorar a eficiência e reduzir o consumo de energia. Quanto mais dados tivermos, mais inteligentes e sustentáveis serão as soluções", explicou.
Representando a Gree Brasil, Cheng Mingwei enfatizou a importância de combinar tecnologia e treinamento para transformar a indústria manufatureira. "A inteligência artificial nos permite fabricar equipamentos mais eficientes e reduzir o consumo de energia em até 13%. Mas a inovação por si só não basta: precisamos criar ecossistemas locais. No Brasil, treinamos milhares de técnicos a cada ano em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, porque a transição também depende das pessoas", destacou.
No meio acadêmico, o Professor Yang Baocheng, reitor da Universidade de Ciência e Tecnologia de Huanghe (HHSTU, em inglês), descreveu como a instituição está construindo um "ecossistema educacional verde" que envolve empresas, governos e estudantes.
"Não buscamos apenas um campus sustentável, mas também um ambiente onde a inovação faça parte do cotidiano e o aprendizado seja voltado para o futuro", comentou.
Jonathan Bendit Colomb, representante da LONGi Green Energy, a maior produtora mundial de painéis solares, enfatizou que o desafio atual não é ampliar a tecnologia, mas preparar os mercados para adotá-la.
"Estamos em plena expansão, mas precisamos que a infraestrutura esteja um passo à frente da inovação. O futuro não deve ser planejado olhando para o retrovisor, mas observando o que está à nossa frente", refletiu. Os participantes concordaram que a convergência entre inovação digital e sustentabilidade está criando um novo paradigma na luta contra as mudanças climáticas.

