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Destaque: Projeto agrícola apoiado pela China ajuda a impulsionar segurança alimentar do Chade

9 de outubro de 20255 min de leitura
Destaque: Projeto agrícola apoiado pela China ajuda a impulsionar segurança alimentar do Chade

He Qiaosheng (esquerda), chefe do 8º grupo da Missão de Assistência Técnica Agrícola da China no Chade (MATACT), explica as condições de crescimento e produtividade do arroz a Mahamat Ahmad Alhabo (direita), secretário-geral da Presidência do Chade, em um arrozal na aldeia de Midekin, na região de Hadjer-Lamis, Chade, em 4 de outubro de 2025. (Foto por Arnaud Mbaigolmem/Xinhua)

Por Arison Tamfu e Arnaud Mbaigolmem

N'djamena, 7 out (Xinhua) -- Ao nascer do sol sobre a aldeia de Midekin, no distrito de Douguia, na região de Hadjer-Lamis, no Chade, espigas douradas de arroz balançavam suavemente ao vento enquanto os agricultores se preparavam para a colheita deste ano.

Era sábado, e os moradores locais celebravam a Festa da Colheita, com o barulho dos motores das colheitadeiras se misturando às risadas dos agricultores locais em um cântico de louvor.

Autoridades locais e altos funcionários do governo participaram da ocasião, observando com interesse e prazer um especialista agrícola chinês dar partida em uma máquina novinha em folha: ela zumbiu e começou a rugir para colher o arroz.

Mahamat Ahmad Alhabo, secretário-geral da Presidência do Chade, observou o exercício, descrevendo-o como um avanço para o país da África Central.

"Estou muito interessado e, ao mesmo tempo, impressionado com (a expertise) dos nossos amigos (chineses). Eles demonstram que, se quisermos, podemos produzir no Chade arroz suficiente para alimentar a população chadiana e contribuir para uma dieta balanceada e, além disso, podemos exportá-lo para gerar renda", disse Alhabo à Xinhua.

Embora o gergelim, a goma arábica e o algodão sejam as principais exportações agrícolas do Chade, o arroz é a principal cultura básica e essencial para sua segurança alimentar.

No entanto, recursos financeiros insuficientes, técnicas agrícolas obsoletas e condições climáticas quentes e secas representam, há muito tempo, um desafio para a produção de arroz do país. O governo precisa importar centenas de milhares de toneladas de arroz anualmente, o que ainda não é suficiente para salvar sua população da ameaça da fome.

Em 2006, uma equipe de especialistas chineses, parte da Missão de Assistência Técnica Agrícola da China no Chade (MATACT), chegou ao país. Da introdução de variedades de arroz de alta qualidade ao desenvolvimento de terras agrícolas e à construção de sistemas de irrigação, especialistas chineses forneceram assistência prática e equipamentos profissionais, como transplantadoras e colhedoras de arroz, máquinas com as quais Baradine Kadre, um agricultor de 27 anos, jamais sonhou.

"Trabalho aqui há quatro anos, mas houve muitas mudanças neste ano. Quando vejo a máquina colhendo o arroz diretamente, fico orgulhoso", disse Kadre enquanto observava a colhedora de arroz "fazer mágica" no arrozal.

Após quase duas décadas de esforços incessantes de especialistas agrícolas chineses, as variedades de arroz do país foram otimizadas, com qualidade e colheita cada vez maiores. Mais de 600.000 hectares de sementes de arroz melhoradas foram semeados.

De acordo com He Qiaosheng, chefe do oitavo grupo de especialistas da MATACT, mais de 10 variedades foram selecionadas, com três delas prontas para inclusão no catálogo nacional de sementes do Chade. A produtividade das variedades chinesas superou a das variedades locais em mais de 35%, adicionando 1,2 milhão de toneladas de alimentos, o suficiente para alimentar 3 milhões de pessoas por um ano.

Para agricultores como Oumar Souleymane, especialistas chineses explicaram os métodos de produção de arroz sem reservas, o que aprimorou as técnicas dos agricultores, permitiu que alimentassem suas famílias e trouxe esperança e prosperidade.

"Aprendemos muito, por exemplo, como produzir sementes de arroz, como arar e, o mais importante, a equipe chinesa fornece fertilizante aos produtores durante a aração", disse o homem de 35 anos.

Ao introduzir tecnologias práticas adequadas às condições locais e ao mesmo tempo aprender com as tradições agrícolas do Chade, ambos os lados se beneficiaram, disse ele.

"A China atribui grande importância à cooperação agrícola com o Chade, um país com vastas terras e um povo trabalhador. A cooperação se baseia na igualdade, no benefício mútuo e no desenvolvimento compartilhado. A China não visa apenas ‘ajudar’, mas também promover parcerias genuínas, compartilhando conhecimento, desenvolvendo capacidades e treinando talentos locais", acrescentou o especialista chinês.

Um especialista chinês opera colheitadeira no campo de demonstração da Missão de Assistência Técnica Agrícola da China no Chade, na aldeia de Midekin, na região de Hadjer-Lamis, Chade, em 4 de outubro de 2025. (Foto por Arnaud Mbaigolmem/Xinhua)

Participantes chineses e chadianos comemoram colheita de arroz na base da Missão de Assistência Técnica Agrícola da China no Chade, na aldeia de Midekin, na região de Hadjer-Lamis, Chade, em 4 de outubro de 2025. (Foto por Arnaud Mbaigolmem/Xinhua)

Um especialista chinês opera colheitadeira no campo de demonstração da Missão de Assistência Técnica Agrícola da China no Chade, na aldeia de Midekin, na região de Hadjer-Lamis, Chade, em 4 de outubro de 2025. (Foto por Arnaud Mbaigolmem/Xinhua)

Agricultores locais secam e limpam arroz colhido na base da Missão de Assistência Técnica Agrícola da China no Chade, na aldeia de Midekin, na região de Hadjer-Lamis, Chade, em 4 de outubro de 2025. (Foto por Arnaud Mbaigolmem/Xinhua)

Participantes chineses e chadianos assistem a uma demonstração de máquina de colheita de arroz na base da Missão de Assistência Técnica Agrícola da China no Chade, na aldeia de Midekin, na região de Hadjer-Lamis, Chade, em 4 de outubro de 2025. (Foto por Arnaud Mbaigolmem/Xinhua)