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COP30 será oportunidade para fortalecer multilateralismo, afirma ministra brasileira

20 de setembro de 20252 min de leitura

Rio de Janeiro, 19 set (Xinhua) -- A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do Brasil, Marina Silva, afirmou nesta sexta-feira que a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30), marcada para novembro em Belém (norte do Brasil), será uma oportunidade decisiva para fortalecer o multilateralismo no combate às mudanças climáticas.

Durante entrevista coletiva, Marina destacou que a cooperação internacional em questões climáticas "corre o risco de se fragmentar, o que seria o pior cenário". Ela enfatizou que a COP30 permitirá a busca de novos paradigmas de cooperação diante do aquecimento global.

A ministra lamentou a iminente saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, lembrando que o país é "a maior potência econômica e o segundo maior emissor de gases de efeito estufa". Ainda assim, ela considerou que este momento pode servir como uma oportunidade para outras nações "demonstrarem o fortalecimento do multilateralismo climático".

Silva enfatizou a urgência de mobilizar US$ 1,3 trilhão necessário até 2035 para apoiar os países em desenvolvimento na redução de emissões e na adaptação aos impactos climáticos. Ela reiterou que decisões já acordadas, como triplicar o uso de energia renovável, dobrar a eficiência energética e investir em uma matriz energética limpa e diversificada que substitua gradualmente os combustíveis fósseis, não podem ser adiadas.

A ministra também criticou os altos preços das hospedagens em Belém durante a COP30, que em alguns casos aumentaram até dez vezes em relação às tarifas habituais. Ela garantiu que o governo federal, em coordenação com o governo do Pará, está tomando medidas legais para garantir que delegações internacionais e a sociedade civil possam participar do evento.

O embaixador brasileiro André Corrêa do Lago, presidente indicado da COP30, acrescentou que eles estão buscando reservar pelo menos 15 quartos para países relativamente menos desenvolvidos e pequenas ilhas, além de um mínimo de dez quartos para nações mais ricas, para garantir a presença de delegados, sociedade civil, academia, setor privado e imprensa na conferência.

"Infelizmente, o preço dos quartos em Belém continuam completamente desproporcional a qualquer COP. Isso, realmente, não tem facilitado (a organização do evento). E temos que lembrar que não são apenas os delegados - sem os quais não há COP -, mas também a sociedade civil, a academia, o setor privado e a imprensa. Há, ainda, muita gente precisando de quartos", admitiu Lago.