Liu Jiandong, presidente da Câmara de Comércio da China junto à UE, discursa na cerimônia de lançamento de um relatório em Bruxelas, Bélgica, em 12 de novembro de 2025. A confiança entre as empresas chinesas que operam na União Europeia atingiu o nível mais baixo em seis anos, em meio a dificuldades políticas e custos crescentes, segundo um relatório divulgado na quarta-feira pela Câmara de Comércio da China junto à UE e pela consultoria Roland Berger. Apesar do pessimismo, o desempenho das empresas chinesas demonstrou resiliência. Em 2024, 53% das empresas pesquisadas relataram aumento de receita e 40% afirmaram que os lucros aumentaram. (Xinhua/Lyu You)
Bruxelas, 13 nov (Xinhua) -- A confiança das empresas chinesas que operam na União Europeia atingiu o nível mais baixo em seis anos, em meio a dificuldades políticas e ao aumento dos custos, segundo um relatório divulgado nesta quarta-feira.
Empresas chinesas avaliaram o ambiente de negócios da UE em 61 de 100 pontos para 2025, uma queda em relação aos 73 pontos de 2019, de acordo com um relatório divulgado pela Câmara de Comércio da China junto à UE e pela consultoria Roland Berger.
Cerca de 81% dos entrevistados citaram maior incerteza, apontando para a politização de questões comerciais e a implementação acelerada de novas regras, descrita como um "labirinto de conformidade", diz o relatório.
O aumento dos custos trabalhistas e as dificuldades políticas estão criando "pressões duplas" para as empresas chinesas na UE, com os custos trabalhistas agora vistos como o principal desafio, seguidos pela complexidade geopolítica e pelas mudanças nas políticas da UE e dos Estados-membros em relação à China, segundo o relatório.
Mais de 40% dos entrevistados disseram ter sofrido tratamento diferente por sua identidade chinesa, incluindo aprovações mais demoradas, menos oportunidades de subsídios e diálogo limitado com as autoridades, segundo o relatório.
Os dados também mostraram que quase 90% das empresas disseram que a agenda de "redução de riscos" e segurança econômica mais ampla da UE afetou negativamente suas operações por meio de uma triagem de investimentos mais rigorosa, maiores barreiras de entrada no mercado e maior incerteza política.
Apesar do pessimismo inicial, o desempenho das empresas chinesas demonstrou resiliência. Em 2024, 53% das empresas pesquisadas relataram aumento de receita e 40% afirmaram que seus lucros cresceram.
Para 2025, 62% esperam crescimento de receita, metade planeja expandir os investimentos no bloco e nenhuma relatou planos de "redução significativa".
Quase 3.000 empresas com investimento chinês operavam nos 27 Estados-membros no final de 2024, empregando mais de 260.000 funcionários locais, segundo o relatório.
"Conforme a Estratégia de Segurança Econômica da UE avança, as empresas chinesas enfrentam múltiplos obstáculos, como o aumento das barreiras de acesso ao mercado, a escalada dos custos de conformidade e procedimentos de revisão cada vez mais complexos", disse o presidente do Departamento de Comércio, Liu Jiandong, no relatório.
As relações econômicas entre a China e a UE estão evoluindo da "interdependência complementar" para a "construção conjunta estratégica", exigindo um "diálogo baseado em regras" e cooperação prática na transição verde e na manufatura avançada, disse Liu.
O relatório, baseado em quatro meses de pesquisas e entrevistas com 205 empresas e organizações chinesas, apresenta 336 recomendações para incentivar um mercado mais aberto e previsível e fortalecer a cooperação entre a China e a UE.

Denis Depoux, diretor-geral global da Roland Berger, discursa por videoconferência na cerimônia de lançamento de um relatório em Bruxelas, Bélgica, em 12 de novembro de 2025.
A confiança entre as empresas chinesas que operam na União Europeia atingiu o nível mais baixo em seis anos, em meio a dificuldades políticas e custos crescentes, segundo um relatório divulgado na quarta-feira pela Câmara de Comércio da China junto à UE e pela consultoria Roland Berger.
Apesar do pessimismo, o desempenho das empresas chinesas demonstrou resiliência. Em 2024, 53% das empresas pesquisadas relataram aumento de receita e 40% afirmaram que os lucros aumentaram. (Xinhua/Lyu You)


