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China lidera produção científica em Medicinas Tradicionais no 3º Congresso Mundial de MTCI, no Rio de Janeiro

10 de outubro de 20252 min de leitura

Rio de Janeiro, 9 out (Xinhua) -- A China chega ao 3º Congresso Mundial de Medicina Tradicional, Complementar e Integrativa (3rd WCTCIM), de 15 a 18 de outubro, no Rio de Janeiro, como a maior delegação científica do evento, reafirmando sua liderança global em produção de conhecimento sobre as Medicinas Tradicionais.

Com 68 estudos aprovados - abrangendo Inteligência Artificial, robótica, bioativos, predições diagnósticas e integração entre medicina tradicional e biomedicina - o país se consolida como referência mundial em pesquisa e inovação em MTCI.

Entre os principais temas, destacam-se o uso de machine learning para o diagnóstico precoce de câncer colorretal, o impacto do Tui Na pediátrico no crescimento infantil e o uso de terapias tradicionais em condições como COVID-19, diabetes, depressão e distúrbios gastrointestinais.

"O sistema de medicina tradicional chinesa é o mais presente entre as práticas integrativas reconhecidas no Brasil e também o que mais se expande no mundo", afirma Caio Portella, Diretor da Base de Cooperação China-Brasil para Promoção da Medicina Tradicional Chinesa, presidente do Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa (CABSIN) e um dos três presidentes do Comitê Científico do 3rd WCTCIM.

Segundo ele, "a delegação chinesa representa o estado da arte da pesquisa em medicinas tradicionais, ela traz uma diversidade institucional e temática impressionante, com estudos que vão desde diagnósticos baseados em imagem e modelos preditivos até inovação em bioativos e IA. A China, sem dúvida, é hoje o principal produtor e disseminador de conhecimento científico nesse campo".

 

CID-11: integração da Medicina Tradicional à classificação global de doenças

Os trabalhos chineses também dialogam diretamente com a implementação dos módulos de Medicina Tradicional (TM1 e TM2) da Classificação Internacional de Doenças - 11ª Revisão (CID-11), coordenada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O CID-11 é o sistema global que orienta diagnósticos médicos, vigilância epidemiológica e políticas de saúde em mais de 190 países.

Os módulos TM1 e TM2 - referentes, respectivamente, à Medicina Tradicional Chinesa e ao Ayurveda - representam um marco histórico de integração entre sistemas médicos tradicionais e o modelo biomédico internacional, permitindo o registro padronizado de diagnósticos e intervenções baseadas em práticas tradicionais nos sistemas nacionais de saúde.

A presença da delegação chinesa no maior congresso de MTCI, realizado pela primeira vez na América Latina, reforça esse avanço e contribui diretamente para a Estratégia Global de Medicina Tradicional, Complementar e Integrativa 2025-2034 da OMS, que será debatida durante o congresso.