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Brasil defenderá o financiamento da dívida climática histórica dos países ricos na COP30

9 de outubro de 20253 min de leitura

Rio de Janeiro, 9 out (Xinhua) -- Na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em novembro na cidade amazônica de Belém, o Brasil defenderá a implementação efetiva do financiamento climático internacional de US$ 1,3 trilhão aprovado na COP30 anterior, em Baku, Azerbaijão, com o objetivo de apoiar medidas globais de mitigação e adaptação à crise climática, informaram fontes oficiais nesta quarta-feira.

De acordo com Tatiana Rosito, Secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, em entrevista ao canal oficial "Canal Gov", "a direção é aumentar a transferência de recursos dos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento, para auxiliar e acelerar a transição e, de alguma forma, quitar essa dívida histórica".

Segundo a secretária, o financiamento proposto visa limitar o aumento da temperatura global a 1,5 grau Celsius e atender às necessidades das populações mais vulneráveis. "Há uma dívida histórica dos países desenvolvidos, que foram os principais promotores de um padrão de produção, consumo e desenvolvimento que trouxe crescimento, mas também impactos climáticos, ambientais e sociais de diversas naturezas", afirmou.

Rosito destacou que a principal proposta que o Brasil levará à COP30 será o Fundo Floresta Tropical para Sempre (TFFF), que visa criar um novo modelo de financiamento que recompense os países que preservam suas florestas tropicais.

O fundo visa captar recursos de governos e do setor privado, oferecendo juros baixos para canalizar os retornos para compensar os países que mantêm suas florestas em pé. A meta inicial é captar aproximadamente 25 bilhões de dólares, com potencial para ultrapassar 100 bilhões de dólares com a participação privada.

Entre outras iniciativas, a secretária mencionou o programa Eco Invest Brasil, que mobiliza capital privado por meio de linhas de financiamento e mecanismos de proteção cambial para projetos verdes; a Plataforma Brasileira de Investimentos Climáticos e Transformação Ecológica (BIP), que facilita investimentos internacionais em projetos estratégicos de desenvolvimento sustentável; e o Círculo de Ministros das Finanças da COP30, composto por representantes de 25 países, organizações internacionais, setor privado e sociedade civil, cujo objetivo é construir uma agenda que viabilize um financiamento de 1,3 trilhão de dólares.

"Esta é uma COP para implementação. Já construímos uma estrutura de acordos internacionais e contribuições nacionalmente determinadas que nos permite sermos ambiciosos", afirmou Tatiana Rosito.

"Para que essa implementação ocorra, esta é a área em que precisamos trabalhar mais arduamente. Por isso, acreditamos que a contribuição especial do Ministério das Finanças, com propostas concretas como o Fundo para Florestas Tropicais, o Eco Invest e o relatório do Círculo de Ministros das Finanças, será essencial para o sucesso da COP30", concluiu.