Rio de Janeiro, 10 out (Xinhua) -- O governo brasileiro saudou nesta quinta-feira o anúncio de um acordo entre Israel e Hamas para um novo cessar-fogo na Faixa de Gaza, por meio da implementação da primeira fase de um plano para encerrar o conflito, o que ocorre dois anos após seu início, e reafirmou sua defesa da solução de dois Estados.
Um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores reconheceu o papel desempenhado pelos Estados Unidos e elogiou as ações dos demais países mediadores: Catar, Egito e Turquia.
"O acordo, se efetivamente implementado, deverá deter os ataques israelenses a Gaza, que causaram mais de 67.000 mortes -- com um grande número de mulheres e crianças entre as vítimas, o deslocamento forçado de quase dois milhões de habitantes e uma devastação sem precedentes, com a destruição de grande parte da infraestrutura civil do território", afirmou a nota.
"Deve também garantir a libertação de todos os reféns restantes em troca de prisioneiros palestinos, a entrada desimpedida de ajuda humanitária e a retirada das tropas israelenses para uma linha acordada pelas partes, além de criar as condições para a reconstrução imediata de Gaza, com o apoio da comunidade internacional", acrescentou.
O governo brasileiro destacou a dimensão humanitária do acordo e enfatizou que o cessar-fogo deve resultar em alívio efetivo para a população civil. Reiterou também a necessidade de garantir o acesso pleno, imediato, seguro e desimpedido à assistência humanitária e às equipes das Nações Unidas que operam em terra.
"O Brasil exorta as partes a cumprirem todos os termos do acordo e a se engajarem de boa-fé nas negociações para garantir a eficácia da retirada completa das forças israelenses de Gaza, o início do processo urgente de reconstrução da Faixa, sob coordenação e supervisão palestinas, e a restauração da unidade política e geográfica da Palestina sob seu governo legítimo, em conformidade com o direito inalienável do povo palestino à autodeterminação", afirmou o comunicado.
O Brasil reafirmou sua convicção de que uma paz justa, estável e duradoura no Oriente Médio "exige a implementação da solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente e viável, vivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro das fronteiras de 1967, incluindo a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, com Jerusalém Oriental como sua capital".