Beijing, 14 out (Xinhua) -- A Associação Chinesa da Indústria de Semicondutores denunciou nesta terça-feira a intervenção do governo holandês na fabricante de semicondutores Nexperia, uma subsidiária da empresa chinesa Wingtech no exterior.
Em um comunicado, a associação expressou apoio firme às empresas-membro na defesa de seus direitos e interesses legítimos, bem como à manutenção de um ambiente de negócios justo, equitativo e não discriminatório e de cadeias de suprimentos globais estáveis.
"Nos opomos ao abuso do conceito de 'segurança nacional' e à imposição de restrições seletivas e discriminatórias a filiais de empresas chinesas no exterior", afirmou a entidade.
As medidas discriminatórias que visam empresas específicas prejudicarão o ecossistema global de semicondutores aberto, inclusivo e colaborativo, acrescentou a associação, expressando firme oposição a tais ações.
Em outro comunicado divulgado na segunda-feira, a Wingtech, acionista controladora da Nexperia, afirmou que a decisão do governo holandês constitui um excesso motivado por viés geopolítico, e não por uma avaliação de risco baseada em fatos.
"A medida viola gravemente a economia de mercado, a concorrência leal e as regras de comércio internacional sempre defendidas pela União Europeia", declarou a empresa. "Protestamos veementemente contra o tratamento discriminatório direcionado a empresas com investimento chinês."
As declarações foram feitas após a recente ordem imposta à Nexperia pelo Ministério de Assuntos Econômicos dos Países Baixos com base na Lei de Disponibilidade de Bens, e ações judiciais iniciadas por alguns membros da administração da empresa.
Fundada em 2006, a Wingtech adquiriu a participação controladora na Nexperia no final da década de 2010.
Desde então, sob a liderança da Wingtech, a Nexperia alcançou um salto abrangente em suas operações. A receita da empresa atingiu 2,36 bilhões de euros (US$ 2,7 bilhões) em 2022, enquanto sua margem bruta aumentou significativamente de 25% em 2020 para 42,4% em 2022. Até outubro de 2024, a Nexperia havia quitado todas as dívidas anteriores, alcançando operação sem endividamento.
A Wingtech condenou as ações judiciais internas, qualificando-as como extensões maliciosas de pressões externas.
Como acionista estratégico de longo prazo da Nexperia, a Wingtech afirmou que não cederá à pressão política externa e que tem recorrido a diversos meios para exigir que o governo holandês revogue a decisão incorreta, interrompa a discriminação sistêmica contra empresas chinesas e mantenha uma cadeia global de semicondutores aberta e cooperativa, pedindo um retorno à racionalidade e ao bom senso comercial.
Em resposta ao caso, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, declarou nesta segunda-feira que a China se opõe firmemente à ampliação indevida do conceito de segurança nacional e às ações discriminatórias direcionadas a empresas de determinados países.
"O país relativo deve respeitar os princípios de mercado e evitar politizar questões econômicas e comerciais", disse Lin em uma entrevista coletiva.

